Agronegócio: a esperança na retomada da economia no Brasil
Burlando todas as expectativas negativas advindas da disseminação do Coronavírus no Brasil, o agronegócio nacional surpreendeu a todos os especialistas da área e tem, até mesmo, batido recordes nas safras. Ao menos, esse foi o resultado alcançado no primeiro trimestre de 2020, com porcentagem de crescimento em 1,9% se comparado ao último trimestre de 2019, com geração de R$ 120 bilhões e exportações 17,5% maiores.
Com as projeções indicando a movimentação de um montante por volta de R$ 697 bilhões até o final do ano, a agricultura e pecuária brasileira passam por um momento controverso ao de outros setores da economia e são indicados como os possíveis motores para a volta aos trilhos no país, como mencionou o presidente da Embrapa, Celso Moretti: “O agro vai ser um motor da recuperação da economia brasileira porque os produtores, apesar de todas as dificuldades, conseguiram uma safra recorde.”
O cenário é ainda mais favorável aos produtores de soja, pois a produção destes cereais destinados, em suma, às grandes granjas de suínos, tem garantido grandes retornos por meio de altas demandas nas exportações, somados aos bons preços e ao dólar em disparada. O que mais colaborou para a alavancada da soja foi a época do ano em que a pandemia se instalou no Brasil, justamente quando já havia terminado a safra, restando somente a comercialização da commodity para concluir todo o processo.
Outro grão que demonstrou força foi o milho. Tendo as mesmas vantagens que a soja para lidar com a situação global, o milho, também muito procurado por criadores de suínos, obteve grandes volumes em exportações, passando o principal produtor mundial, os Estados Unidos, com 2 milhões de toneladas a mais embarcadas.
No tocante à comercialização de proteínas, a carne bovina respondeu avidamente à procura, após um pequeno declive nos preços da arroba do boi nos frigoríficos no começo da pandemia. Porém, passado este estágio, o crescimento voltou saudável e prometendo elevação tanto no mercado interno quanto no externo.
Porém, vale lembrar e salientar que as boas notícias não representam todos os setores. Ramos como os de pequenos produtores de frutas e hortaliça, todo o mercado de floriculturas e os fornecedores de algodão sofreram enormidades com a crise.
O primeiro teve em seu encalço a proibição de receber consumidores em suas feiras. O segundo esbarrou no cancelamento de eventos e cerimonias que constantemente procuram por decorações elaboradas. Já o terceiro, prevê uma menor procura por parte de sua maior consumidora, a indústria têxtil. Para acrescentar, houve grande desafio durante o processo, pois a pandemia atingiu um ponto crucial da lavoura, exatamente quando é colhida e beneficiada a fibra, segundo Milton Garbujio, presidente da Abrapa.
Fonte: Uol
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